Nós

Sidhharta Gautama

Quem somos nós senão a inteligência suprema projetada no mundo das formas sob a roupagem humana? Nessa condição limitante, tal inteligência adquire percepções distorcidas e sensações confusas de desejo e repulsão. Os ciclos polares de prazer e dor geram angústia e sofrimento. Para evitar a aflição, o ser manifestado busca soluções práticas para se livrar dela, seja afastando-a, aniquilando-a ou camuflando-a. Segue articulando estratégias mundanas para ter mais prazer do que dor, não percebendo que esse mecanismo exacerba a dualidade e que o caminho é a compreensão.

A reatividade é o caminho falso, pois aquilo a que se reage é ilusão. O sofrimento é a oportunidade da transmutação, do retorno à fonte. Forma gera sensação, que gera pensamento, impulso e ilusão. Não caiamos nessa armadilha. Provemos ser lucidez, não ignorância. Não creiamos na percepção superficial, mas observemos por além do observador. Sejamos o esplendor da presença, que é a própria inteligência sem forma.

Marco Moura

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