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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Meditando como um Meditador

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Quantos daqueles que se dispõem a praticar meditação diariamente conseguem levar essa disciplina adiante? As desculpas são muitas e, de certo modo, até convincentes. Não é que as dificuldades sejam invenções, a questão é darmos mais força às dificuldades do que à prática diligente. A meditação desafia nossos padrões habituais, então é natural que precisemos nos empenhar. Muito do fracasso inicial se deve, sem dúvida, a não incorporarmos no dia a dia uma atitude propícia para a meditação e a não realizarmos os ajustes necessários para uma prática a longo prazo. Como assim? Antes de mais nada, de que se trata a meditação? É um treinamento mental, correto? Uma pergunta: com essa prática, tornamos a mente mais ativa ou mais passiva? Ela trabalha mais ou trabalha menos? Gera mais ou menos pensamentos? Consensualmente, sabemos que a ideia é que a meditação deve diminuir nossos pensamentos, logo, ela estaria diminuindo nossa atividade mental. Coerente, mas incorreto. Um dado científico: em pe

Bug Mental

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Talvez você já tenha feito atualização em um aplicativo no computador ou no smartphone e, de repente, uma de suas funções começou a falhar, a fazer o programa travar ou fechar sozinho. São pequenas falhas no código de programação conhecidas como bug no meio digital. Infelizmente, não só os aparelhos digitais, mas nós também apresentamos bugs semelhantes em nossas mentes. BUG ESTRUTURAL Alguns de nossos bugs se instalam na estrutura de dados de nossas mentes: em nossas crenças, valores e conhecimentos-base. Trata-se de uma falha no banco de dados. Diferentemente dos computadores, não armazenamos dados brutos, mas associamos informações sensoriais, emocionais e racionais, tanto concretas como abstratas. Gravamos esses dados no decorrer das experiências vividas e também quando acessamos nossa memória. Cada vez que acessamos esses dados, podemos reeditá-los. Uma característica desse conhecimento-base é que ele apresenta os dados que compõem os nossos pensamentos. Uma falha basal signifi

Encontrando o Eu Real

As respostas para todas as incógnitas de nossa existência não podem estar em outro lugar senão em nós mesmos – assim afirmam os grandes mestres da humanidade. Buscamos incessantemente soluções para as nossas aflições, mas enquanto não compreendemos a nós mesmos, todo o nosso esforço é em vão. E o que acontece na tentativa de olharmos para nós mesmos? Quais os desafios que encontramos diante da busca do despertar, diante da meditação? Em primeiro lugar, o que significa olhar para si mesmo? Em nossa experiência, é a constatação de que em nossas mentes estão presentes emoções e pensamentos tanto agradáveis como desagradáveis; de que carregamos verdades pessoais e coletivas derivadas do nosso próprio discernimento ou aprendidas de fontes externas. A mente é um gerador de emoções e ideias. Ao seguirmos com essa observação, constatamos que na mente existe uma versão própria da realidade e que dentro dela, está nossa auto-identidade. Aquilo que eu sou, que chamo de eu, está inserido na realid