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Mostrando postagens de agosto, 2015

Retornando ao Centro - bate-papo com o Mestre

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Fechando o tema “Retornando ao Centro”, tivemos a alegria de receber o Mestre Zhihan, abade do Templo Tzong Kwan, para um bate-papo sobre a aplicação dos ensinamentos em situações cotidianas. O texto que segue é uma organização do que assimilei das sábias e compassivas palavras do Mestre, seguida da conclusão relacionada ao nosso tema. Tipos de meditadores Observando as facilidades e dificuldades que cada um experimenta com a meditação, podemos dividir os meditadores em dois tipos: os sonolentos e os agitados. Os sonolentos costumam ser pessoas envolvidas em trabalhos corporais que, ao parar e sentar, têm dificuldade para manter-se acordados. Os agitados mentalmente, que representam a maioria de nós, são pessoas envolvidas em atividade mental excessiva que, ao sentarem, não conseguem aquietar a mente. São pessoas ansiosas que costumam ficar planejando o que fazer. Seu desafio é aprender a focar no presente, pois deve estar claro que não há o que fazer no futuro, somente no agora. A tra

Retornando ao Centro - parte 3

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Em nossa realidade convencional baseada na dualidade, ou seja, condicionada à forma, como tornar o nosso olhar menos superficial de modo a enxergarmos a vida em sua profundidade? Como tocar a dimensão da não-forma aqui e agora, na realidade terrena? Duas das três características da realidade física apontadas por Buddha são a impermanência ( anicca ) e a interdependência ( anatman ). Sem precisar recorrer a nenhum método extrassensorial, somos capazes de observar como tudo no universo está em constante transformação e como nada é isolado, mas sim dependente da combinação de várias causas e condições. Ao observarmos a impermanência e a interdependência em operação, tocamos a realidade por trás da forma. A impermanência A existência compreende ciclos. Nascimento e morte estão representados nos vários ciclos do universo, desde o surgimento e desaparecimento de um elétron em milionésimos de segundo, até o surgimento e desaparecimento de galáxias. Um macroinstante é constituído de microinsta

Retornando ao Centro - parte 2

Há no ser humano um impulso que o move na busca pelo sentido de sua existência. Intuitivamente, o homem percebe que a sua vida tem um significado maior dentro do todo e, assim, busca a sua conexão com a fonte. Basicamente, duas faculdades humanas são utilizadas para esse fim: a fé e a razão. Movidos pela fé , esse sentimento que nos faz crer em algo sem necessidade de uma comprovação racional, as pessoas são capazes de sacrifícios em nome de algo maior. Normalmente, a fé as leva ao encontro de uma doutrina religiosa, onde seus questionamentos existenciais barram em um dogma: a existência de uma figura onipotente, cujos mandamentos devem ser seguidos para se estar em conformidade com a vontade superior. As pessoas se tornam obedientes e assumem o pacto de servir a essa força maior a fim de receber a sua recompensa – um sistema de trocas. Dentro dessa dualidade (entidade superior X eu), não acontece o despertar, apenas uma acomodação espiritual. Não convencidos pelos dogmas religiosos, u

Retornando ao Centro - parte 1

Bem-vindos! Após meses sem os nossos encontros, convém retomarmos alguns pontos: Podemos escolher viver nossas vidas de modo aleatório, sem uma compreensão profunda sobre nós mesmos e sobre como participamos ativamente da criação da nossa realidade. Como um pêndulo sendo jogado pra cá e pra lá, oscilando entre momentos de felicidade e momentos de tristeza, buscando a paz, porém sem saber como cultivá-la propriamente. Outra escolha é aprimorar o autoconhecimento, trazendo a luz da consciência para as nossas vidas. Muitos de nós temos lido bastante a respeito de ensinamentos filosóficos e espirituais, porém, sem aplicação na vida cotidiana, esse acúmulo de conhecimentos se torna uma bagagem desnecessária. É preciso aplicá-los para que se convertam em sabedoria e gerem transformações. O mais importante é desenvolver um olhar inteligente sobre a vida a ser aplicado momento a momento. Só assim podemos remover o véu de Maya (ilusão) e enxergar a realidade como ela é, e não como é projetada