Postagens

Mostrando postagens de junho, 2013

O presente não é bom o bastante?

A mente é inquieta, busca sempre algo para se distrair: música, internet, celular, um passatempo qualquer ou se entretém em seus próprios pensamentos. Acredita-se que a distração seja algo útil, pelo menos é melhor do que ficar sem fazer nada. Ficar parado incomoda, o silêncio incomoda, o presente incomoda. Afinal, o que há de tão ruim com o silêncio? Eu diria que no silêncio, nunca encontramos silêncio. A mente não tem afinidade pelo silêncio, isso é fato. Também não tem afinidade pelo momento presente, caso contrário, não produziria tantos pensamentos como forma de escapar do aqui e agora. Se investigarmos o conteúdo dos pensamentos, chegaremos à conclusão de que eles só se relacionam ao passado ou ao futuro, nunca ao presente. Para serem formados, os pensamentos precisam do conteúdo mental já existente, ou seja, o conhecimento. O que conhecemos são memórias de experiências já vividas e, obviamente, não refletem aquilo que aconteceu de fato, pois são formadas a partir de um ponto

Acolhendo as Emoções

As situações de desespero são ótimos indicativos de como abrigamos áreas de conflito em nossas mentes. Há muitas emoções envolvidas, mas essas emoções não são o problema em si. O problema é o nosso comportamento frente a essas emoções, ou seja, colocarmos uma carga de insatisfação tão grande e investirmos tanto da nossa energia para evitá-la que criamos zonas de conflito ou áreas de curto circuito. As emoções são sinais de desequilíbrio que o nosso sistema usa como alerta para fazermos pequenos reajustes. Se esses sinais forem rejeitados, além do desequilíbrio não ser resolvido, mais energia será direcionada contra ele. A emoção envolvida tomará uma roupagem de monstro e cada vez irá tornar-se mais assustadora. Então quando essa emoção surgir, os alarmes tocarão descontroladamente. Emoções indicam áreas vulneráveis, como crianças que dependem de cuidado e atenção. Resolvemos a situação acolhendo respeitosamente a solicitação expressa via choro, avaliando-a e direcionando os nossos

O Trânsito Energético

O homem é um ser complexo. Complexo, porém integrado: seu corpo e sua mente relacionam-se o tempo todo. A energia da mente tem uma qualidade muito sutil, enquanto a do corpo é muito mais densa. A energia é como a água: ela depende de uma via para ser expressa. Na medicina chinesa, essas vias são os meridianos de energia que se espalham pelo nosso corpo. Através da passagem nesses meridianos, a energia de nossos pensamentos e emoções (energias psíquicas), as energias nutritivas e de defesa do organismo são distribuídas da cabeça aos pés. Dessa forma, é plausível imaginar que essas rotas de condução devam ser estruturas que comportem a energia que transita por elas, além de oferecer um espaço livre para esse trânsito. Assim, o fluxo psíquico e de nutrição física segue em equilíbrio, possibilitando-nos expressar nossos impulsos internos com harmonia. Também é de se supor que não seja o tempo todo assim. Da mesma forma que uma via de trânsito de carros, os nossos meridianos também sofr

Da Comparação, o Conflito

Uma situação cotidiana simples: o despertador toca, é hora de acordar! Surge o conflito: de um lado, o dever de levantar-se e fazer as tarefas do dia; do outro lado, a cama tão aconchegante. Antes do despertador ter tocado, tudo estava tão bem: a situação era confortável e você estava adaptado a ela. De repente, surgiu uma nova realidade que exigiu outra atitude com a qual você ainda terá de adaptar-se. A adaptação não parece ser algo cômodo, pois exige certo esforço. O esforço em si não é algo ruim, mas assim o tornamos ao criar um comparativo com o não-esforço, classificando-o como a alternativa não favorita. Dificilmente você verá uma pessoa dizer com sinceridade que é plenamente satisfeita. A vida é cíclica e a mente tem dificuldade em aceitar mudanças. Cada momento é um novo momento. Se não estivermos presentes em determinado momento, estaremos vivendo uma ilusão. Se entre um momento e outro houver uma brecha de atenção, não estaremos presentes e a mente se porá a vaguear nos pe