Ressonância intencional
O fenômeno da ressonância ocorre através de um estímulo inicial convertido em ondas que se propagam e vão de encontro a um corpo com uma frequência similar, que responde por meio da vibração. Há, portanto, três fatores envolvidos: o estímulo ativo, o receptor passivo e o meio condutor que faz o elo entre ambos. Como tudo no universo é energia em vibração, a mente opera da mesma forma. Todos os pensamentos, falas e ações surgem a partir da intenção, cujo disparo é chamado na física quântica de colapso quântico. O estímulo intencional é o fator propulsor da nossa consciência que se propaga e se manifesta através do corpo, da fala e da mente. Esses últimos são os reservatórios que guardam as sementes que vibram em resposta à intenção, convertendo-se nas ações, palavras e pensamentos.
A intenção consciente propaga-se simultaneamente em todos os níveis do ser humano, incluindo as células do corpo. Essa propagação carrega um padrão de informação que é interpretado e assimilado pelos diversos níveis de consciência, desencadeando várias reações. A consciência armazém possui em seu estoque uma variedade de sementes onde muitas delas sintonizam-se com a intenção ressonante. Quando a intenção é potencializada por meio da repetição, essas sementes vibram cada vez mais com os constantes disparos e tornam-se mais autônomas para gerarem disparos por si mesmas. Cada pessoa tem maior ou menor facilidade para gerar impulsos a partir de um dos quatro elementos que compõem todos nós. Esses elementos (terra, água, fogo e ar) têm correspondência no temperamento (melancólico, fleumático, colérico e sanguíneo), nos chakras e nos corpos sutis. Os impulsos são gerados a partir da conversão da energia, o que acarreta consumo de energia e, de acordo com a frequência de disparos, exaustão energética.
Elemento | Terra | Água | Fogo | Ar |
Função | Sensação | Sentimento | Pensamento | Intuição |
Skandha | Forma | Sentimento | Percepção | Formação mental |
Corpo | Físico | Vital | Mental | Supramental |
Chakra | Base | Sexual | Umbilical | Cardíaco |
Uma pessoa com temperamento melancólico é aquela que se identifica primordialmente com as sensações corporais. Ela gera impulsos por meio das sensações, consumindo a energia física do elemento terra. A sua intenção se propaga e é convertida nos campos vital, mental e supramental de uma forma análoga. Por exemplo, a sensação física de queimar-se com fogo pode ser representada no campo vital como dor, no mental assumindo o significado de perigo e danos físicos, e no supramental relacionando essa experiência a experiências anteriores com queimaduras, com as implicações da queimadura no contexto do dia, etc. À medida que a pessoa habitua-se aos padrões de estímulos físicos, forma-se a dependência sensorial, então tudo para essa pessoa tem que envolver alguma percepção física para que ela se satisfaça.
A pessoa de temperamento fleumático se identifica com os seus sentimentos e emoções, representados pelo elemento água. Os sentimentos básicos humanos são de atração ou de aversão, cujas variantes podem assumir por exemplo a forma de alegria e paixão, no primeiro caso, ou medo e raiva, no segundo. A pessoa que busca emoções agradáveis ou que foge das desagradáveis gera um padrão que é convertido em uma necessidade de contato físico com determinadas experiências que reflitam essas emoções, em um significado mental relacionando a situação ao sentimento e em uma contextualização supramental onde tal experiência assuma uma função particular em sua alma. O hábito emotivo leva a pessoa a um comportamento temperamental e pouco coerente, desgastando-a emocionalmente.
No caso do temperamento colérico, o pensamento é o fator chave de como a pessoa guia a sua vida, tendo a luz do fogo como norte. Os significados dos pensamentos exprimem uma ordem lógica na visão de mundo dessas pessoas, de modo que as suas experiências devem necessariamente cumprir com os requisitos da sua estrutura mental para que tenha algum sentido. O colérico, portanto, tende a impor a sua visão ao mundo e a exigir correspondência por parte do meio físico, a buscar emocionalmente a satisfação por meio de suas conquistas e a ver na realização de seus anseios o cumprimento do seu ideal. A busca pelo poder e o excessivo trabalho mental consomem sua energia psíquica.
O indivíduo sanguíneo baseia-se em sua intuição, ou seja, em arranjos de consciência ainda não estruturados no plano físico. É profundamente identificado com o plano supramental e à volatilidade do elemento ar. A fonte de suas ideias é abstrata, mas faz todo o sentido para ele. Por isso, prefere manter-se fiel a essa convicção interna do que submeter-se àquilo que já está estabelecido. Em sua via criativa, ele busca formas físicas que expressem a sua ideia, associando essa experiência a sentimentos de prazer e a significados mentais que estejam alinhados à sua visão integral. Em sua busca desenfreada e muitas vezes confusa pelo relacionamento de ideias, há desgaste do componente equilibrador da sua consciência.
Podemos ver como cada elemento tem uma função integrada com os demais. As características naturais que cada indivíduo herda do seu elemento principal tendem a estabelecer uma habilidade em sua vida, mas devido ao apego, costumam ser transformadas em um aspecto desequilibrado da sua personalidade. Como é o fator de maior identificação que o indivíduo possui, ele insiste em fazer uso dos seus mecanismos padronizados que, uma vez desintegrados do todo que é a sua consciência, afastam-o cada vez mais do eixo de equilíbrio. É preciso compreendermos o que estamos fazendo de errado para optarmos por um caminho mais sábio. As nossas ações seguem vias padronizadas? De onde surgem os disparos volitivos e qual a qualidade da nossa intenção?
Marco Moura
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