O Centro em Equilíbrio (parte 1/4)

Com alegria, demos início à primeira aula “Vivência do Centro” em 08/03/2014. Agradecemos a todos os participantes que puderam estar presentes sem desanimar com a chuva incessante. Possivelmente, ao acordarem no sábado, a mente não gostou muito do que viu: um dia fechado e chuvoso. “Vou ter que sair nesse tempo?” É, a mente dá as caras logo cedo com seus pensamentos tendenciosos. No entanto, a mente discriminatória é uma ferramenta, não o nosso guia. Os obstáculos que ela nos apresenta desmoronam diante da luz da consciência. “Ok, a chuva é um fenômeno natural, posso abrir mão do conforto ilusório e me adaptar para fazer o que me propus a fazer.” E assim foi feito!

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Nesse primeiro encontro, foi falado sobre o quão limitantes podem ser as palavras e os conhecimentos, pois cada um de nós faz a sua própria interpretação imperfeita e parcial do que nos é apresentado. Os próprios ensinamentos dos mestres como Buda podem ser limitantes se não nos atentarmos à essência do que é dito mais do que ao discurso. Um ensinamento libertador pode ser transformado em um dogma. Como o dedo apontado para a lua, que serve apenas como indicador para onde olhar, se nos prendemos à seta, perdemos o conteúdo.

Temos muitos conceitos sobre o que seja a meditação, o budismo, iluminação, Deus; da mesma forma que formulamos concepções sobre o que seja certo ou errado, bonito ou feito, etc. Todas essas palavras são rótulos subjetivos que a mente emprega para relacionar um conjunto de ideias convertidas em uma forma mental. As ideias são fluxos de conceitos que vão se acumulando na mente deixando a sua atividade cada vez mais viscosa, com concepções distorcidas que nublam a nossa visão intuitiva, impedindo a visão direta e penetrante. Ao sentarmos para meditar, podemos ter tantas ideias a respeito de como deve ser a meditação, que não conseguimos relaxar e vivenciar o “estar presente”. Portanto, em nossa vivência, é melhor deixar as palavras de lado. Abrimos mão daquilo que nos limita e que nos traz sofrimento, que queima as nossas mãos se ficarmos segurando. Libertemo-nos!

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Como primeira prática, fizemos caminhada segurando a tigela cheia de água. A água na tigela representa a nossa energia vital, que circula em nossos meridianos e pode ser convertida pela atividade mental em pensamentos e emoções. As oscilações desequilibradas dos pensamentos e emoções podem fazer com que a energia vital seja gasta indevidamente, trazendo prejuízos físicos e mentais. A água que cai da tigela é uma lembrança do nosso karma, das marcas que criamos em nosso caminho quando nos desequilibramos. Enquanto caminhamos, estamos vivenciando a vida em seu dinamismo e movimento. Quanto mais praticamos o caminhar equilibrado, maior habilidade temos em percorrer a jornada de vida de um modo harmonioso e pleno. Se perdermos o foco da nossa energia vital, ela é desperdiçada; se nos focarmos unicamente nela, podemos tropeçar; portanto, o caminho do meio é a solução.

Lembremos então da nossa tigela com água durante a nossa vida cotidiana. Será que estamos oscilando muito?

Fiquem presentes e até a próxima!

Marco Moura

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