Sentar-se em lótus não é meditar
Para acontecer a meditação, a mente não pode estar
trabalhando em seu padrão condicionado habitual. A mente habitual gera fluxos ininterruptos de pensamentos aos quais você está condicionado a agarrar-se; esse hábito de agarrar-se a pensamentos é um grande obstáculo para a meditação. Além disso, é preciso entender que a meditação não
ocorre de forma imposta e artificial – ela acontece quando o ambiente mental é favorável para a calma. Ou seja, precisamos criar condições para que ela ocorra
espontaneamente.
Em primeiro lugar, deve-se estar ciente da importância da
meditação. Deve-se saber que os pensamentos, emoções e demais condicionamentos
mentais que alimentamos no dia a dia só nos leva ao desequilíbrio e à insatisfação.
Isso deve fazer muito sentido para você, pois desse modo, todos esses condicionamentos
tornam-se fardos dos quais você sente-se motivado a livrar-se para tornar-se
livre. Abandonando-se esses fardos do passado, você estará inclinado à liberdade e à paz de espírito, abrindo-se ao momento presente.
Com a meditação, abandona-se tudo o que tenha a ver com o
ego. Tudo o que faz com que a sua mente seja individual e não uma com o todo. A
meditação é um processo de soltar, de abandonar tudo o que te separa da grande
mente da iluminação. Portanto, condição essencial para a meditação é
acomodar-se no silêncio, pois a mente meditativa não é nada mais do que o plano
original da mente onde todos os pensamentos se assentam. Os pensamentos são
vazios, portanto deixe-os evaporarem para que só reste esse plano vazio. Permanecer
nisso é paz. Você se dará conta de que a paz não é o que a mente acha que é, um
estado a ser alcançado, mas é o abandono de tudo o que anuvia a mente,
impedindo de ter consciência dessa dimensão livre que sempre esteve lá.
Marco Moura
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