Liberdade na Interdependência?
Antes de algo ser construído, são necessários alguns elementos: um objetivo, um plano para a construção, a matéria-prima e alguém apto para realizar o trabalho. Sem um desses fatores, não existe construção, o que leva à afirmação de que a construção é interdependente deles. A existência está limitada ao que a criou, sempre surge em função de algo, como parte de uma rede de causas e condições. Se analisarmos a estrutura da construção, chegaremos a esses aspectos originais, da mesma forma que ao puxarmos a linha que se solta da malha, ela toda é desfeita. A construção, por si mesma, não possui uma existência livre e que possa ser considerada real.
Se objetos físicos são desfeitos dessa forma, quanto mais são nossos pensamentos? Qualquer ideia ou crença que abrigamos é estruturada em bases abstratas. Existe sempre em função de algo mais. Seria possível falar de liberdade em meio a essa interdependência? O que é liberdade, afinal? Independência para pensarmos, sentirmos e agirmos? Como isso se a própria base de nossos pensamentos, sentimentos e crenças é sustentada por criações feitas sem o nosso consentimento consciente? A própria concepção sobre liberdade está aprisionada nessas bases. Nossos pensamentos não são originais, são todos condicionados pela estrutura do nosso pensar criada pela família, pela sociedade, pelos mecanismos químicos e físicos. Toda a nossa estrutura é formada a partir de padrões que não são independentes, que existem sempre em função de um interesse, como um veículo construído para determinado fim. De quem é o interesse por trás? Quem está se satisfazendo e às custas de que? E ainda: quem se beneficia dos nossos vícios, de nossas paixões, de nosso trabalho, de nosso estudo?
Em silêncio, em atenta observação, notamos os pensamentos sendo formados e ganhando força. A nossa mente tem os componentes necessários para fabricar o veículo de nossa intenção, de modo a ir até o local de sua manifestação, que é o pensamento, a fala ou a ação, dessa forma realimentando o seu sistema de produção. Veja, se há um sistema nocivo, ele certamente tentará se auto-sustentar e terá mecanismos para tentar impedir qualquer intenção de anulá-lo. Ao procurarmos silenciar a mente, ela relutará em perder o controle dos pensamentos, como um gato aflito num cubículo. A MENTE LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA de seu sistema inapropriado. Ela é como um governo fascista que é contra a liberdade do povo, pois a liberdade é imprevisível e perigosa. Ela traz o desconhecido e isso é uma ameaça.
A liberdade é o contrário da submissão. Estamos submissos à mente, porque ela tem uma estrutura limitante e criada inconscientemente, um sistema operante para manifestar os nossos impulsos de forma automática. A mente tem muitos ruídos e interferências de julgamentos e ideias formadas a partir de experiências passadas. Os pensamentos não são puros, eles sempre são contaminados. A estrutura da mente está a favor da sobrevivência do sistema que ela alimenta, mas é um sistema impróprio e que levará à insatisfação. Por que? Porque somente a liberdade é autêntica, o resto é ilusão. Lembre-se: ao puxar a linha, a malha se dissolverá no nada.
Marco Moura
Se objetos físicos são desfeitos dessa forma, quanto mais são nossos pensamentos? Qualquer ideia ou crença que abrigamos é estruturada em bases abstratas. Existe sempre em função de algo mais. Seria possível falar de liberdade em meio a essa interdependência? O que é liberdade, afinal? Independência para pensarmos, sentirmos e agirmos? Como isso se a própria base de nossos pensamentos, sentimentos e crenças é sustentada por criações feitas sem o nosso consentimento consciente? A própria concepção sobre liberdade está aprisionada nessas bases. Nossos pensamentos não são originais, são todos condicionados pela estrutura do nosso pensar criada pela família, pela sociedade, pelos mecanismos químicos e físicos. Toda a nossa estrutura é formada a partir de padrões que não são independentes, que existem sempre em função de um interesse, como um veículo construído para determinado fim. De quem é o interesse por trás? Quem está se satisfazendo e às custas de que? E ainda: quem se beneficia dos nossos vícios, de nossas paixões, de nosso trabalho, de nosso estudo?
Em silêncio, em atenta observação, notamos os pensamentos sendo formados e ganhando força. A nossa mente tem os componentes necessários para fabricar o veículo de nossa intenção, de modo a ir até o local de sua manifestação, que é o pensamento, a fala ou a ação, dessa forma realimentando o seu sistema de produção. Veja, se há um sistema nocivo, ele certamente tentará se auto-sustentar e terá mecanismos para tentar impedir qualquer intenção de anulá-lo. Ao procurarmos silenciar a mente, ela relutará em perder o controle dos pensamentos, como um gato aflito num cubículo. A MENTE LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA de seu sistema inapropriado. Ela é como um governo fascista que é contra a liberdade do povo, pois a liberdade é imprevisível e perigosa. Ela traz o desconhecido e isso é uma ameaça.
A liberdade é o contrário da submissão. Estamos submissos à mente, porque ela tem uma estrutura limitante e criada inconscientemente, um sistema operante para manifestar os nossos impulsos de forma automática. A mente tem muitos ruídos e interferências de julgamentos e ideias formadas a partir de experiências passadas. Os pensamentos não são puros, eles sempre são contaminados. A estrutura da mente está a favor da sobrevivência do sistema que ela alimenta, mas é um sistema impróprio e que levará à insatisfação. Por que? Porque somente a liberdade é autêntica, o resto é ilusão. Lembre-se: ao puxar a linha, a malha se dissolverá no nada.
Marco Moura
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