Como você vê?
Esse símbolo oriental, muitas vezes conhecido como Yin e Yang, também é denominado Tai Chi. O Yin e o Yang são os dois componentes representados pela cor escura e clara, respectivamente. Tai Chi é a união perfeita entre Yin e Yang, que nessa condição, não são opostos, mas complementares. Há muita diferença entre considerar dois pólos como opostos ou complementares.
Oposição caracteriza divergência e conflito. Complementaridade denota união: essa é a ideia do Tai Chi. Não existe com esse modo de ver uma sombra em oposição à luz, mas sim a união entre luz e sombra como fenômenos interdependentes. Essa pequena diferença de termos aparentemente semelhantes, na verdade, faz toda a diferença quando aplicado na nossa perspectiva de vida.
Quem encara o mundo de forma desintegrada, enxergando oposições nos fenômenos, é vítima de suas próprias preferências, apegando-se a certas qualidades ao mesmo tempo que cria aversão pelas qualidades opostas. O mundo torna-se cheio de ameaças. Tentando agarrar-se às condições de prazer, inevitavelmente sofre devido à inconstância do mundo, que continuamente cicla Yin e Yang. Se você se apega ao calor, terá grande dificuldade no inverno.
Por outro lado, aquele que enxerga a união e interdependência entre todos os fenômenos encara a vida de modo muito mais simples e encontra na simplicidade a plenitude. Ele não teme o escuro, pois considera-o uma consequência da luz; não teme a morte, pois sabe que é o outro polo da vida; não sente-se ameaçado, pois sabe que está unido ao todo. A atitude unificada conduz à harmonia e à plenitude, pois não segrega. Não é uma visão mais produtiva?
Marco Moura
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