Ordem e Harmonia

Dever, direitos, regras... Todos artifícios do homem para manter a ordem, uma pseudo-harmonia. Quão grande a diferença entre ordem e harmonia!

A harmonia é integrada à lei universal, que mantém tudo no seu devido eixo e dá a natureza própria de cada ser. A harmonia não precisa de leis por não estar separada da lei. Quando tudo flui livremente, a harmonia se faz por si só. O que é leve sobe e o que é denso desce. Harmonia é bom-senso, é a voz da alma. E toda a ação da alma é espontânea, é livre e bela: está em consonância com o Universo.

A ordem, por outro lado, é um produto do homem. As leis de ordem aprovam isso e desaprovam aquilo. Na ordem, há a divisão entre a parte direita e a esquerda, que defendem suas partes e não entram em acordo. Há um filtro criado e o que é leve, pode até descer e o que é denso, pode subir. Não é natural. A lei do homem, por si só, não assegura a fluidez de nada. Não é o coração que fala, é a mente. E a mente não vê a harmonia, mas a sua ordem, que é relativa.

A ordem encontra-se em um plano finito, enquanto a harmonia, em um infinito. A tendência humana em limitar tudo para o seu conhecimento e controle despreza a sua natureza livre. Com bom-senso, aflora a consciência de que não é preciso saber o que se deve fazer, mas sim agir pela expressão livre da alma.

Marco Moura

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