Deixar Fluir

O universo é um todo: um só ser manifestado na existência. O Um verte-se em vários, dividindo-se através da polaridade do Yin e Yang, feminino e masculino, escuro e claro, etc. Juntando-se os opostos e considerando-se o todo, prevalecerá a unidade primordial.

Toda a existência consiste em canais por onde a fonte do infinito se manifesta. De acordo com as características de cada um, poderão fluir com maior facilidade determinados elementos, com tendência a um dos seus lados duais. Quando há consciência de que a existência é condicionada por esses fatores, a harmonia prevalece. Porém, quando isso é ignorado e se acredita ser uma entidade independente, apegando-se a valores convenientes e eliminando-se as aversões, o ego se engrandece, gerando discórdia e sofrimento - efeito resultante da quebra da harmonia. É o que acontece quando se parte para o extremo: seu lado oposto, que foi abandonado, será reposto de alguma forma para haver o equilíbrio. É a lei universal do carma. Todos temos débitos cármicos, que são buracos outrora abertos que devem ser recompensados.

Impedindo algo de fluir através de nós, sem aceitá-lo e reprimindo-o, perde-se a totalidade da luz que deveria brilhar em cada um. A vida perde a sua totalidade e a pessoa torna-se um condutor entupido, incomodado sempre por evitar o que fere a noção egóica de ideal, mas que é algo pendente para ser resolvido. Não há como escapar, o carma acompanhará a pessoa vida após vida. O adiamento só traz mais sofrimento. Ao se permitir ser você mesmo aceitando com consciência suas características consideradas ruins, elas fluirão com as outras energias, ficando o bom senso encarregado de mantê-las em ordem. Sem medo nem vergonha de si mesmo, o equilíbrio se fará e o universo fluirá pacificamente.

Marco Moura

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