Não-Paladar

Os acontecimentos da vida carregam cada um seu próprio sabor: doces momentos, amarguras... E a vida vai sendo temperada a gosto da existência - de modo vezes mais agradável ao nosso paladar, vezes menos. O paladar filtra o que é bom e o que é ruim através da mente discriminatória. Perdido o paladar, há puramente a alimentação, sem discriminação. Todo o alimento é bem-vindo, pois nutre o corpo, a morada do espírito.

Somos nós mais sábios do que o Universo para saber o que nos faz bem ou não? A harmonia é feita entre a luz e a sombra, entre o alto e baixo, entre o doce e o amargo. Pela nossa mente, permanecemos em um dos pólos e evitamos o pólo oposto, daí surge a desarmonia. Ao adotarmos uma atitude vazia perante a ação da existência, tudo flui em equilíbrio e o benefício certamente é gerado, seja a curto ou longo prazo. O amargor vem de uma visão superficial e limitada. Nas profundezas da verdade, longe da discriminação mental, tudo tem um sentido, tudo é válido. Nada está a nosso desfavor. Isso é consciência. A vida é bela, afinal.

Marco Moura

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