Méritos da Obra
Os homens comemoram suas conquistas com grande euforia. Muitas gratificações e aplausos pelos méritos do realizador. Ao envaidecer-se com o novo status, são esquecidas as causas e condições que permitiram a conclusão e, desse modo, a virtude se esvai. A elevação leva à autonomia do ego e com isso, ao afastamento da origem. Não há efeito sem causa, não há brilho sem sombra. As condições básicas não são inferiores. Na existência condicionada, damos continuidade às obras de nossa fonte. Se perdermos a conexão com o Céu e a Terra, se ignorarmos o Tao e os primeiros passos, nenhum passo adiante será digno. Não somos auto-nascidos. Os atributos da aparência surgem do oculto, não há um mérito independente, pois não há surgimento isolado e nem um eu onipotente. As obras carregam o nome de quem as inaugurou, mas há um universo por trás que permitiu a sua realização. O nome é impreciso. A interdependência é a característica dos fenômenos, cuja origem comum é o Tao. Marco Moura