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Mostrando postagens de fevereiro, 2008

Terapia de Buda

Sidharta Gautama, antes de tornar-se um Buda (Iluminado), teve um propósito firme na vida: encontrar a libertação da roda do sofrimento que, vida após vida, é própria de todas as pessoas. Ele vivenciou diversos métodos de ascenção espiritual até descobrir que o segredo estava no caminho do meio - nem muito rígido, nem muito frouxo. Após sua Iluminação, Buda apontou 4 nobres verdades que se tornariam mais tarde a base do budismo. São elas: 1- Verdade do sofrimento. Fala de como a insatisfação faz parte da condição humana. 2- Verdade da causa do sofrimento. Revela que a causa do sofrimento é o apego a uma visão ilusória de mundo, que por não corresponder à realidade, nos causa insatisfação. 3- Verdade da extinção da causa do sofrimento. Livrando-se do apego, enxergamos com naturalidade os fenômenos da vida. Dessa forma, nos tornamos livres do sofrimento causado pela ignorância. 4- Verdade da senda que leva à extinção do sofrimento. Há um caminho de libertação que é o caminho do m

Wu-Wei - A Verdadeira Ação

Um dos conceitos marcantes da filosofia do Dào de Lao Zi é o Wu-Wei ( 无为) , traduzido como não-ação, ação sem intenção ou ação espiritual. Significa abster-se de agir por interesses egoístas para agir em uníssono com a natureza. É a atitude do dia-a-dia impulsionada pela sabedoria intuitiva, sem interferência da mente discriminatória. Na sociedade, somos movidos a nos destacarmos dos demais, conquistarmos um padrão elevado, enquadrarmos aos costumes convencionais, consumirmos produtos luxuosos e tantas outras ações impregnadas pela impulsividade inconsciente. Incorpora-se desejos que não são mais do que a mente ilusória querendo buscar no exterior algo para suprir uma insatisfação interior. Insatisfação essa que não é inata, mas nascida da falta de discernimento. Essa é a ação do ego, produto da mente, e não uma ação pura e natural. Se abandonarmos a mente dominadora e nos libertarmos dos desejos supérfluos do ego, o que nos move? Simplesmente acontece! Sem a ideia de um "eu&

O Louco da Sociedade

Como é bom não ter opinião! "Tanto faz", "pode ser", "quem sabe", "não sei"... Que sábias e verdadeiras palavras! Ninguém se aproxima tanto da verdade nem é tão livre quanto alguém que não tem uma opinião rígida a respeito das coisas. Sempre será visto como um alienado e bobo, embora sua postura denote sabedoria. Afinal, existe maior sabedoria do que achar tudo relativo num mundo onde não existem pontos de vista absolutos? O "sim" de hoje pode ser um "não" amanhã. Que digam que é um louco, o que importa? Ninguém conhece tão bem o sentido da vida quanto o tal louco. Vive com o espírito livre, sem se importar com o que pensam nem com o que dizem. Ele transcende o entendimento comum, tão aprisionado em padrões sociais. Ele conhece a fonte, não precisa dos canais. Por isso, sempre o verão com maus olhos. Mas ele não se importa: respeita a todos da mesma forma, pois sabe que seus julgamentos são frutos da ignorância de uma sociedad

Não-Separatividade

Algumas pessoas, ao terem um primeiro contato com filosofias orientais como o budismo, ficam com a impressão de que são doutrinas negativistas. Ouvem conceitos como não-mente, não-ação e, cismados com o “não”, deixam de perceber a beleza desses conceitos quando bem compreendidos. Quando ouvirmos termos como “não-isso”, “não-aquilo”, lembremos que a sabedoria oriental enxerga o Universo como um todo unificado, como uma unidade. Ela anula qualquer idéia de separatividade. Não existe distinção entre eu (o ego) e o outro, pois no fundo, todos fazem parte da mesma realidade. Essa consciência é um instrumento de transformação em nossas vidas, pois deixamos de pensar apenas nos nossos próprios interesses e passamos a ter uma visão global do que afeta tanto a nós quanto aos outros, incluindo o meio-ambiente e todos os seres vivos. Ao dizer não-ação, saibamos que o sábio oriental não age por desejos baseados em interesses pessoais, mas sim por uma força natural que o conduz à ação. Ao dizer não

A volta ao princípio

Na criação do Universo, do estado de Wu Chi (vazio absoluto), originou-se a polaridade Yin e Yang. Yang, o ativo, cuja natureza é expandir e doar, teve na relação com Yin, cuja natureza é recolher e receber, a plena harmonia. É como a união de um casal que se ama. Yang, ao compartilhar suas propriedades com Yin, ofereceu também sua natureza criadora, o que provocou em Yin a necessidade de engendrar, tal como uma grávida. A união de Yin e Yang é quebrada com a vinda de um terceiro componente, o filho. Assumindo agora uma posição Yang, Yin deixou de ser passivo e passou a fornecer à sua cria os ingredientes para sua subsistência. Yang, o pai, retira-se parcialmente, tendo um papel indireto na formação do filho. Depois de formado e crescido, o filho torna-se o pai. O ciclo continua ininterruptamente, de geração em geração. Yang é o Céu, Yin é a Terra. O homem é o filho. Ele carrega em si o Yin e o Yang. Não basta ao homem apenas fazer com que o ciclo prossiga vida após vida, nessa roda ch

Foz da Liberdade

Todas as vezes que penso nas coisas que mais valorizo na vida e que realmente me fazem feliz, me deparo com a palavra “liberdade”. Tento entender o que ela é, mas me perco na imensidão de seu significado. Liberdade: portas abertas, potencial para uma nova realidade. Um desafio! O que eu faria na total liberdade do meu ser? Afinal de contas, quem disse que não sou livre? Nem perto de ser real, a falta de liberdade é, na verdade, um hábito humano. Desde a primeira idéia do homem acerca da realidade em que vive, ele vem se enclausurando na sua própria jaula. Buscar um sentido na vida é algo natural, mas só é válido quando feito da maneira adequada. As pessoas estão presas a noções falsas da realidade, baseadas na ânsia pela satisfação de seus desejos e impulsos. Se o homem quer entender a vida, deve primeiramente perceber que a vida não dá respostas. Ela não precisa se justificar, ela é o que é: livre. O entendimento da realidade fica a critério pessoal. Mas quem está preparado para encar

Quando todas as vozes se calam

Quando todas as vozes se calam E o silêncio se faz, Nada mais faz sentido, nem deixa de fazer. O sentido perde sentido. Ao abrir a boca, os lábios continuam unidos. As palavras saem, mas nada é dito E um leve sorriso irradia-se para além dos lábios. Ao surtir o mais sutil movimento, O Universo todo o segue como o rabo do dragão, Sem deixar rastros para trás. Sim, há um caminho. Sim, há passos, Mas os pés estão suspensos sem tocar o chão. Sem ter onde pisar, não há onde chegar. Quando todas as vozes se calam, Tudo o que é dito nos domínios do silêncio Torna-se parte de uma sinfonia Cujas notas soam sem jamais serem tocadas. É um momento em que nada jamais precisa ser dito. Marco Moura

Palavras Voam, Ensinamentos Brotam

Sou da opinião de que todo entendimento é interior, isto é, que tudo o que aprendemos vem de nós mesmos. Podemos recorrer a professores e mestres para o aprendizado, mas acredito que estes atuem apenas como instrutores e que o mestre é o nosso entendimento interior. É possível adquirirmos conhecimentos de fora, mas o entendimento brota de dentro de nós. Na humanidade, já se passaram vários mestres que instruíam os homens acerca da verdade. Seja para Buda, Lao Tsé, Cristo ou Maomé, a verdade é universal. Todos dizem o mesmo em essência, mas cada um utilizou uma linguagem própria para o entendimento de seu povo. Como não podiam entrar na consciência das pessoas, eles utilizaram palavras comuns ao senso popular para estimular sua sabedoria inata. Aprendi com esses mestres que devemos questionar a nós mesmos e não aos ensinamentos. Aprendi que o entendimento vem das lições que tiramos em nossas vidas e não do que é dito. As palavras em si são vazias de sentido. Existem pessoas que, mesmo l

Vida no Piloto Automático

Você já se perguntou se você dá à vida o valor necessário? Para alguns, a vida é um espetáculo, para outros, mais parece um fardo. Para essas pessoas que perderam a paixão pela vida, cada acontecimento parece reforçar a idéia de que nada vale a pena e que os dissabores são inevitáveis. Suas almas parecem ter ficado para trás num tempo remoto. Mesmo que pareça impossível seguir em frente sem uma alma, isso é o que acontece em muitos casos. As pessoas ativam o piloto automático de suas vidas e não percebem que estão vivendo sem alma, somente com a carcaça. Quando se vive no piloto automático, a nossa capacidade de viver o presente é negada e passamos a agir inconscientemente. Cada acontecimento produz uma reação automática com percepções e idéias já formuladas a partir de antigas experiências. Isso significa que ao invés de encontrar novos significados no presente, ficamos resgatando valores gravados em nossas mentes com o que já se passou. Esse é um grande obstáculo para que nos renovem

Mundo Sem Valor

O mundo das formas não possui qualidade inerente. Por exemplo, um colar de ouro não tem um valor próprio, esse valor depende daquele que atribui qualidades a ele. Os índios que vivem em lugares com abundância de ouro, acham-no comum, mas o homem que vive na sociedade moderna vê no objeto um expoente de riqueza. O mesmo acontece com as pessoas. Um renomado líder, reconhecido como autoridade em seu território, pode ser considerado apenas mais um numa sociedade libertária. O valor das coisas é ilusório. A mente é livre para encontrar qualquer significado nas coisas do mundo. Marco Moura

Tao, o Caminho

Reconheça seu propósito maior. Não se contente com objetivos singulares, mas perceba a direção inata de sua alma, atravessando passado, presente e futuro. Mantenha esse foco no coração, conforme a realidade intertemporal e interespacial é alinhada à direção do propósito maior, tornando tudo Uno. A isso, eu chamo de Caminho. Marco Moura

Criamos a Realidade

Muito se especula a respeito da realidade. Ciência, filosofia, religião, todos defendem uma teoria com base em suas próprias deduções. Há aqueles, no entanto, que percebem que todas as verdades apontadas por alguém são válidas apenas sob determinado ponto de vista. Ao se fazer uma afirmação, automaticamente, algo é negado e assim, nada do que é dito atinge a verdade em sua totalidade. Se a verdade é absoluta, nada pode ser excluído, que é o que acontece quando se propõe qualquer tese. Podemos falar com propriedade de alguma coisa se a nossa visão sobre isso é baseada em nossas percepções e experiências pessoais? Podemos pensar em termos de uma realidade universal que abranja a todos, mas cada um tem sua própria interpretação dessa realidade. Mesmo que haja uma verdade universal e que cada fenômeno tenha uma verdade intrínseca, para nós, o que importa é como percebemos isso. Não faz diferença se algo tem certas propriedades se a mente humana não é capaz de conceber em sua lógica. A filo

A Arte do Abandono

Abandonar... Trata-se de um termo considerado negativo pelo senso comum da socidade. Ele remete à perda, à separação, ao sacrifício, quando o que a sociedade valoriza é o ganho, a soma e a obtenção de cada vez mais. Todos se dedicam a atividades de ganho, seja cultural (estudo) ou financeiro (trabalho), mas muito pouco é dedicado ao abandono. É natural na existência cíclica que vivemos que as coisas percam o seu valor e necessitem de renovação. Para haver um fluxo de harmonia na vida, é importante aprender a liberar tanto quanto a receber. Quando se acumula bens, ideias, emoções, dentre outros, com o tempo, a mente passa a integrá-los em si e não consegue mais distinguir entre o que é inato e o que é adquirido. Quando isso vai embora, sua perda é sentida com sofrimento, como se fizesse parte da pessoa. Tudo tem o seu tempo de validade e o melhor que podemos fazer é aprender a lidar com essa lei natural. Uma das principais ferramentas para esse exercício é a meditação. Ao meditar, todos

Questões

Dia, noite: dia e noite. O ciclo parece nunca ter fim. Será isso uma renovação ou uma repetição? Chegam vidas e vão-se vidas, todo dia. Por que vêm e por que vão? Questões surgem em toda situação. Se um dia o dia reinar e a noite falhar, onde estará a lua para se contemplar? Se os novos dias forem garantia de mais vida para as almas antigas, como poderão elas repousar? Línguas nunca faltam para uma nova questão. Onde ficam as respostas quando não há perguntas? Para onde vão as questões depois de respondidas? Quão calmas são as águas profundas da sabedoria quando não influenciadas pelas ondas de uma questão? Nem todos querem uma boa explicação. Marco Moura

O que vai ser hoje?

Todos os dias ao acordarmos, a vida nos pergunta: o que vai ser hoje? Poucos percebem, pois a nossa resposta automática é seguir a rotina do dia-a-dia como robôs. Simplesmente descartamos o poder que temos em nossas mãos. Se prestarmos atenção, temos uma oportunidade de ouro a cada dia: podemos fazer escolhas. Somos os pilotos de nossas vidas. Se nos sentimos presos à realidade que estamos inseridos, o fato é que estamos condicionados ao mesmo padrão de pensamento, dia após dia. Permanecemos na posição de efeito, como vítimas das circunstâncias, quando o nosso potencial é de ser a causa da nossa realidade e de transformá-la. Somos Senhores de nós mesmos, as ferramentas estão em nossas mãos. O homem é dotado de consciência para ter uma participação ativa naquilo que faz parte. É da nossa natureza receber, mas também dar, agir. Se somos capazes de gerar e negamos isso nos acomodando, seremos consumidos pela nossa força. A depressão, tão comum nos dias de hoje, nada mais é do que a respos

Possível, sim!

Eu ainda era pequeno na primeira vez que vi a frase "ele não sabia que era impossível, então foi lá e fez". Li essa frase de Jean Cocteau em uma revista de artes-marciais. Embora eu não identificasse claramente o significado da frase, ela me marcou bastante. Ele foi lá e fez, somente por não dar-se conta de que era impossível. Que fantástico, não houve limite para ele! E não há! Só há limite quando a mente sabe - quando mentaliza-se o limite. É simples livrar-se do limite: basta abandonar a mente. Simples sim, mas fácil não, pois não queremos morrer. Abandonar a mente é morrer - para ela. Não sabemos sobre a realidade além da mente. O que sobra se a mente se for? É um questionamento mental, o questionamento daquela que não quer morrer. Ao tentarmos superar a mente e realizar o antes impossível, nos intimidamos pela realidade limitadora. O que deu errado? Simples: a base para a concretização do objetivo ainda é da mente. A realidade física é mental. A realidade é o efeito, a m

Espírito de Caminhante

Antes de caminhar, é preciso haver um Caminho. Para encontrar o Caminho, é preciso libertar-se das âncoras mentais e paradigmas que impedem sua busca. Livre e vazio, em contato consigo mesmo, o Caminho pode ser sentido. Reconhecido ou não pela mente racional, o importante é que seja sentido na vibração do coração. Adotando-se o espírito do Caminho, nos tornamos caminhantes e a jornada adiante é feita com bases nessa realidade. Caminhando, todas as palavras e ações, com erros e acertos, estão em consonância com o Caminho - a verdade interior. Por isso, não há frustração: apenas realização. O começo, o meio e o fim fazem todos parte do Caminho. Sem passado, não há apego; sem futuro, não há pressa; no presente, caminha-se. É o suficiente. Marco Moura

Não-Paladar

Os acontecimentos da vida carregam cada um seu próprio sabor: doces momentos, amarguras... E a vida vai sendo temperada a gosto da existência - de modo vezes mais agradável ao nosso paladar, vezes menos. O paladar filtra o que é bom e o que é ruim através da mente discriminatória. Perdido o paladar, há puramente a alimentação, sem discriminação. Todo o alimento é bem-vindo, pois nutre o corpo, a morada do espírito. Somos nós mais sábios do que o Universo para saber o que nos faz bem ou não? A harmonia é feita entre a luz e a sombra, entre o alto e baixo, entre o doce e o amargo. Pela nossa mente, permanecemos em um dos pólos e evitamos o pólo oposto, daí surge a desarmonia. Ao adotarmos uma atitude vazia perante a ação da existência, tudo flui em equilíbrio e o benefício certamente é gerado, seja a curto ou longo prazo. O amargor vem de uma visão superficial e limitada. Nas profundezas da verdade, longe da discriminação mental, tudo tem um sentido, tudo é válido. Nada está a nosso desf

Ego-Soldado

.Onde há luz, não sou - embora a luz seja o meu lar. .Na sombra, lá estou - mas não pertenço a esse lugar. ..Filho da luz, um soldado das trevas. ..Lutando contra um exército de irmãos. ...Vencendo uma batalha sem méritos. ...Derrotado pelas minhas próprias mãos. Dissolvido na sombra. E devolvido à luz. Marco Moura

Ordem e Harmonia

Dever, direitos, regras... Todos artifícios do homem para manter a ordem, uma pseudo-harmonia. Quão grande a diferença entre ordem e harmonia! A harmonia é integrada à lei universal, que mantém tudo no seu devido eixo e dá a natureza própria de cada ser. A harmonia não precisa de leis por não estar separada da lei. Quando tudo flui livremente, a harmonia se faz por si só. O que é leve sobe e o que é denso desce. Harmonia é bom-senso, é a voz da alma. E toda a ação da alma é espontânea, é livre e bela: está em consonância com o Universo. A ordem, por outro lado, é um produto do homem. As leis de ordem aprovam isso e desaprovam aquilo. Na ordem, há a divisão entre a parte direita e a esquerda, que defendem suas partes e não entram em acordo. Há um filtro criado e o que é leve, pode até descer e o que é denso, pode subir. Não é natural. A lei do homem, por si só, não assegura a fluidez de nada. Não é o coração que fala, é a mente. E a mente não vê a harmonia, mas a sua ordem, que é relati

Beber da Fonte

A história é criada hoje e o tempo a leva, como as águas do rio. A água bebida renova a vida. O sustento, a terra nos fornece. Tem-se o suficiente para se viver feliz: a vida está sempre sorrindo através dos seres. Basta senti-la e o coração enche-se de alegria. A mente do homem tenta complicar e perde-se nas ilusões mundanas. Na existência, há o cardápio; na vida, as escolhas. Cada um carrega o que quer e essa carga nunca é de ninguém. Quem ama a vida não quer represar o seu ser. Quem ama a vida percebe que o ser é livre e não lhe impõe nada. O ser livre conhece o Caminho, pois reconhece-se como o caminhante, o caminhar e o Caminho. Então, vive a vida em sua essência. Bebe a água da fonte da vida. Marco Moura

Palavras Vazias

O que as palavras dizem que o silêncio não expresse melhor? O que a forma manifesta que não tenha sua origem no vazio? O que a mente aprende que o coração já não conheça? Qual a função de palavras se não tornarem-se vivas? Marco Moura

Vazio de Ser

Vida: Tome o meu lugar. Preencha o meu vazio com o que é teu e não meu. Venha inteira: traga a luz, mas também a sombra. Quero conhecer o segredo dos vales, não apenas a magnitude das montanhas. Não delimitarei a tua ação para que ajas conforme o Caminho. Que tua harmonia me inspire a manter no coração a serenidade diante da verdade. Assim, reconhecerei que sou a tua vontade manifestada e que de meu, só tenho tu. Então, se me trouxeres glória, te agradecerei; se me tirares o que tenho, reverenciarei. E o Caminho, tu ditarás. Vazio, serei teu recipiente e contemplarei a tua obra. Vazio, verei brilhar. Marco Moura

Dia Sem Futuro

Um novo dia, uma nova vida. Um mar de possibilidades... Como usar essa dádiva sabiamente? Com olhos no futuro, buscando atingir um objetivo? Um dia de sonhos, sem presente? Então o dia acaba sem ser vivido. Tudo porque o ideal é visto como algo distante, algo separado de si mesmo. Essa dualidade invalida a possibilidade de integração do ser, de união com o Todo. Alcançado o ideal, a vida cessa. Abraçado o ideal, a vida brilha. A vida está acontecendo agora - o depois é uma possibilidade. Se no momento presente é depositada a intenção autêntica, o destino não importa, pois ele toma forma segundo as condições criadas no agora. Com dedicação íntegra no presente, a possibilidade se revela realização. O presente torna-se o Caminho e o Caminho é o ideal em si. Marco Moura

Pré-Pós / Pós-Pré

Nada adiante, nada antes, nada agora. Nada... Tudo, pois. E o vazio dá lugar à forma E a forma, ao vazio... Sem diferenciação, sem nomes, sem conceitos. Sem lá, somente aqui e agora. E o agora já se foi... Onde, então? No não-tempo, no não-espaço, através da Não-mente. Ouve-se o borbulhar da fonte transcendente... Marco Moura

Mudar o Mundo

Diante da grandeza do Universo, somos minúsculos - nem parece que fazemos diferença. Seguindo essa linha, podemos nos sentir vítimas das condições a que estamos sujeitos, sendo incapazes de mudar seu curso. É um pensamento simplista e pessimista. É preciso lembrar de que somos um micro-cosmo, uma réplica do cosmos, nas devidas proporções. Se conseguirmos perceber no que uma pequena parte afeta o todo, as possibilidades se abrem. Eu vejo a possibilidade de uma simples célula destruir o mundo. Viaje comigo: uma única célula cancerígena afeta as células vizinhas, os tecidos, a saúde do organismo e pode até levar a pessoa à morte. Essa pessoa, por conseguinte, pode ser um importante líder internacional e sua morte pode abalar todo o planeta, alterando o padrão vibracional da Terra e afetando o equilíbrio do sistema solar, que irradia para outros sistemas e planetas distantes, gerando conflitos e levando a uma guerra intergalática. É impossível? Quem sabe? Mas o ponto é que uma minúscula pa

O Lar, A Fonte

Na rotina diária de volta ao lar, no caminho de sempre, observo as árvores e plantas que cruzam o meu caminho. Não me sinto sozinho. A noite está mais limpa, as estrelas mais visíveis. A natureza me convida para partilhar sua magia. O coração sorri e aceita o convite de imediato. A mente permanece seguindo seu caminho de sempre, o caminho condicionado de volta ao "lar". Lar... Qual o lar genuíno se não o que a natureza nos proporciona? Quando tudo for levado pelo tempo, Céu e Terra continuarão nos servindo teto e chão, um lar incondicional. O amparo paterno e materno perduram sempre como nossa fonte. Como ser alheio a essa benevolência? É uma comunhão sincera. Céu e Terra nunca negam nada a nós, seus filhos, seus frutos. Simplesmente porque não fazem distinção entre eles e seus filhos, entre o que é deles e o que é nosso. Por que deveríamos fazer? Por que não nos fundirmos à nossa origem? O mínimo que posso prestar a meus verdadeiros pais, à minha fonte de vida, é a mais

E por que não?

Por que sim... E por que não? Por ser assim como é, tudo será como sempre tem sido. A continuidade é confortável - ela já é esperada e por não provocar mudanças, não traz grandes ameaças. Observando além da superficialidade, o que já é esperado leva à estagnação, que sempre traz prejuízo diante do mundo em constante renovação. Por que não diferente? Porque a nova opção contraria a anterior. Não será dada continuidade à linha de pensamento. Mas, o que isso importa de verdade? Qual o compromisso que temos para com os padrões que nós mesmos criamos? Qual o valor da coerência? Se a mutação é a lei, que o compromisso seja a liberdade, de modo que a mudança se reflita nos atos, nos pensamentos, nas emoções... E por que não? Que seja! Marco Moura

Pinta-se a Vida

Reflexos mentais em brilhos e sombras. ..As mãos empregadas nas ações ..são os instrumentos que pincelam a vida. A obra não acaba e o trabalho prossegue. ..Focando o término, só indeterminação. ..Focando o trabalho, só realização. A inspiração assegura a autenticidade da arte. ..Se a tinta for consumida pelo dever, ..será reposta durante o grande repouso. Que o artista funda-se com a arte. ..E que o foco no pintar dissolva ..os borrões de um aprendiz incauto. Que o pincel mova-se antes da ação. Marco Moura

Desimpedido, o Rio Corre

A correnteza da vida pode nos levar para lugares maravilhosos, se assim permitirmos. Visitamos as mais diversas regiões, onde temos experiências de acordo com a peculiaridade do local, permanecemos o tempo necessário para o nosso aprendizado e vamos embora com o fluxo. Muitas vezes, partimos levando o lugar junto em nossos pensamentos. Carregando os sabores do passado, deixamos de degustar o presente, encalhamos nos obstáculos de nossas mentes e, imóveis, sentimos o fluxo da vida passar por nós. Mal podemos ver o brilho da vida, tamanho é o monte de sujeira acumulado diante dos olhos. Não há espaço para o novo quando o recipiente está cheio. Quando o lixo se acumula, é hora de jogá-lo fora - sempre é hora de esvaziar-se do que não lhe pertence, esvaziar-se de si mesmo. A carga só impede que a vida seja vivida da melhor forma. Com o ser vazio, o fluxo da existência corre livre por nós e proporciona o mais belo espetáculo que poderíamos presenciar: nossa própria vida. Marco Moura

Presente Renovado

Há tantas coisas esplêndidas na vida tornando-se comuns aos olhos do homem, deixando de ser enxergadas na sua magnitude. A existência nos aponta em suas obras a sabedoria suprema e, mesmo assim, passa despercebida diante do comodismo e do olhar cego, que procura seu foco no brilho da ilusão. A todo momento, novos ares entram em nossos pulmões e o ar antigo e inútil é eliminado. É uma função vital que passa despercebida... A respiração contém o princípio da mutação - o ar não é mantido, é renovado. No entanto, a criatura humana insiste em manter o que não lhe é mais útil e não lhe pertence, como se tivesse conquistado algo e não pudesse perdê-lo. Quem conquistou? Quem perderia? Não é a vida uma troca constante? Enquanto o passado não é liberado, o presente permanece com o ar estagnado. Marco Moura

Centralizar e Contemplar

Como pode o homem sentir-se vítima das circunstâncias quando tudo o que lhe acontece é fruto de uma semente que plantou? O exterior é um reflexo do interior, assim como o homem é um reflexo do ser infinito. O eterno ir e vir, o subir e cair mundano, não afetam o espírito da vida. Se o filho da existência permanecer centralizado em seu ser, poderá contemplar a beleza da manifestação. Com o coração em paz, a vida se mostrará um espetáculo milagroso. Quem se afasta do Caminho, do centro do ser, inevitavelmente se vê vítima do ritmo da vida. O subir radica no cair - isso é natural e belo. Para aquele que está descentralizado, essa bela lei parece um castigo aprisionador. A vida não conhece o aprisionamento como o homem o conhece. Marco Moura

Voz-Guia

Algo encoberto... Uma voz entorpecida, mantida em silêncio e substituída pelo ruído forjado da quietude. Enquanto a voz interior permanece retida, as palavras carregam insignificâncias. Seus dizeres encobrem o suspiro límpido da fonte, que revelaria a direção do caminho. O rumo é perdido e o que foi dito em silêncio, esquecido. Embora encoberta, a voz não é reduzida. Ela é precedente à identidade, não está subordinada ao desejo de ser mantida ou não - ela aguardará sua oportunidade de ser manifestada. Nem sempre a voz se utiliza de palavras. Palavras podem ser faladas, mas a voz é a potência do que deve ser dito, seja hoje ou amanhã. O calar é apenas um adiar. Marco Moura

Entregue ao Vazio

Sem identidade, sem nome, em liberdade Sem passado, sem futuro, no presente Abandono-me e entrego-me ao vazio Eis que o supremo me preenche Quando quis ser, não fui; quando quis ter, não tive Ao me atirar no vasto infinito, sem nada querer, recebo o que nunca sonhei Não sou alguém para possuir o que é dado, pois nessa dimensão, nem mesmo há separação entre eu e aquilo Se houver, acabou Marco Moura

Confiar no Caminho

Fazer o que deve ser feito no momento sem a preocupação de onde isso vai dar é trilhar o Caminho. O destino não está nas nossas mãos, tão pequenas, mas nas mãos de uma inteligência suprema. O Caminho é um fim em si mesmo. Não há início, não há fim. Os filhos do Caminho devem confiar em sua fonte, para que ela jorre toda a sua luminosidade e guie suas vidas em harmonia. Se em algum instante, se afastar do Caminho, não o procure. Mergulhe interiormente, contemple o silêncio e diante de ti encontrará a luz para os teus passos. Marco Moura

Termos Taoístas

DAO (Tao) A filosofia chinesa fundamenta-se no Dao como a origem do Universo. Pode ser entendido como o absoluto, o todo, o divino - a fonte que manifesta toda a existência. Ele não pode ser expresso em palavras, pois é infinito e está além de qualquer definição ou entendimento intelectual. Traduzido como "Caminho", é anterior mesmo ao Céu e à Terra. Por "Caminho", entende-se como a fonte sem princípio nem fim de onde tudo vem e para onde tudo vai; o vazio que preenche a existência com vida. No Caminho, nada está separado - o caminho, o caminhar e o caminhante são um só. O Dao está em toda parte, mantendo o equilíbrio através das leis da natureza. Ele não pode ser sondado, mas sentido. Com simplicidade e naturalidade, nos conscientizamos de que o Dao não está distante - é a nossa própria natureza. Não precisamos procurar, basta abandonarmos as idéias que nos separam dele e nos fundirmos à nossa origem. No silêncio de nossas mentes, na simplicidade de nossos corações

O "eu" e o Tao

Os Mestres ensinam que é impossível compreender o Tao através do intelecto. Todos os pensamentos a respeito do Tao são apenas reflexos de nossas próprias mentes. Para onde quer que apontemos o olhar da mente, estaremos apontando para nós mesmos. Será que estamos presos em nós mesmos, condenados a viver num grande quebra-cabeças mental? Apesar da supervalorização que damos à mente, a vida é muito mais do que isso. Por esse entendimento interior é que o homem sente uma grande ligação com algo superior, o qual chama Deus, Tao ou o que for. O fato é que no fundo, sabemos que para nos realizarmos, precisamos transcender o "eu". Ao desviarmos o foco dos pensamentos e emoções que ocupam nossas mentes e atentarmos para o sutil movimento de nossa consciência, adentramos numa outra dimensão. Se formos capazes de nos liberar de tudo mais e permanecermos nesse estado, fluindo com essa energia que não precisamos nomear, uma sensação de plenitude passa a tomar conta de nós. O "eu&

Realização

Só podemos iniciar se houver uma origem; só podemos caminhar se houver um caminho; só podemos finalizar se houver um fim. Muitas vezes, seguimos o nosso caminho de modo incerto, sem saber se é o nosso próprio caminho ou o dos outros. É preciso consciência! O que queremos da vida? Todos buscam a mesma coisa: plenitude, realização. Só podemos nos realizar se tivermos uma definição do que é essa realização e de quem somos nós, pois a realização é estritamente pessoal. O que em nós foi herdado dos pais, da sociedade ou seja de quem for, tudo será descartado no caminho da realização. Só o que é inato perdura. O mundo fenomenal é um ciclo de altos e baixos. Todo começo tem seu fim; toda luz tem sua sombra. Nada é permanente e, dessa forma, a realização não é definitiva. Somente elevando a consciência além dessa realizade impermanente é que é possível ter verdadeira plenitude. Devemos ser a própria causa da nossa plenitude. Não deve haver separação entre nós e a nossa realização. Isso é ilumi

Pare tudo e viva!

No ritmo de "corre-corre" do dia-a-dia, são raros os momentos dedicados ao silêncio e a um contato mais profundo com nós mesmos. Podemos culpar o trabalho, o estudo, os filhos ou seja o que for, mas o fato é que sem nos darmos conta, pouco a pouco o bem-estar deixa de ser prioridade em nossas vidas. Isso é espantoso, já que a principal busca do homem é pela felicidade. Não é de se admirar que a maior parte da sociedade sofra com desgaste físico e problemas de origem emocional. É urgente a necessidade de revermos as nossas prioridades e desacelerarmos o nosso ritmo descontrolado. Não somos robôs e mesmo eles necessitam de manutenção constante. Não é uma tarefa muito fácil parar e olhar para nós mesmos, pois permanecemos atolados no meio das "obrigações" que a sociedade ajuda a nos sobrecarregar. Precisamos, antes de tudo, nos livrar dos entulhos que escondem a luz que irradiamos. Será que você descansa o suficiente? Se alimenta bem? Sono e alimento, apesar de ficarem

Paradoxo Yin Yang

Lao Tsé expõe no Tao Te Ching: "Seja humilde, e permanecerás íntegro. Curva-te, e permanecerás ereto. Esvazia-te, e permanecerás repleto. Gasta-te, e permanecerás novo." Jesus diz o mesmo que Lao Tsé: "Porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado." Isso ilustra como é possível elevar-se através do aparente rebaixamento. O que aos olhos do mundo parece miséria oculta um grande valor. É como a água, que é sutil, humilde e amolda-se ao seu recipiente. Todos fazem uso dela, como se ela tivesse uma compaixão infinita. Fluindo tranquilamente, a água segue o seu caminho, ocultando o seu grande poder capaz de gerar ondas arrebatadoras. Se hoje algo é pequeno, amanhã será grande. A vida é um ciclo em constante mutação. O hermetismo chama a isso de "lei do ritmo", baseado na "lei da polaridade". O taoísmo chama de mutação Yin Yang. Tudo se move como um pêndulo e, para haver o equilíbrio, há uma a

Espírito de Caminhante

Antes de caminhar, é preciso haver um Caminho. Para encontrar o Caminho, é preciso entregar-se à busca, o que significa libertar-se das âncoras mentais e paradigmas que impedem a sua realização. Livre e vazio, em contato consigo mesmo, o Caminho pode ser sentido. Reconhecido ou não pela mente racional, o importante é que seja sentido na mesma vibração do coração. Adotando-se o espírito do Caminho, você se torna o caminhante e a jornada adiante é feita com bases nessa realidade. Caminhando, todas as palavras e ações, com erros e acertos, estão em consonância com o Caminho - a verdade interior. Por isso, não há frustração, apenas realização. O começo, o meio e o fim fazem todos parte do Caminho. Sem futuro, não há pressa; sem passado, não há apego; no presente, caminha-se. É o suficiente: é o Caminho. Marco Moura

Vida Zen

Para o Zen, tudo se reduz a um grande vazio. É um modo intrigante de encarar a vida: não há eu, não há vida nem morte, nem tempo, nem espaço, nem nada! Não há lugar para conceito algum! O Zen é cru, pois aponta a verdade final e não se importa com intermediários. Deus, alma, inferno: todos esses conceitos são vistos como secundários e até supérfluos dentro do Zen. Nada do que é mundano ou do que é essencialmente metafísico é considerado como tendo uma essência, nada é absoluto. Apesar da aparente falta de consideração para com o mundo, o Zen dá valor ao que há de mais simples na vida: sentir o cheiro de uma flor, brincar com as crianças, varrer o quintal, comer, respirar, qualquer coisa. O sagrado está nos pequenos atos e não apenas em rezar, ir à igreja ou ler uma escritura santa. O segredo está em não fazer por fazer, e sim em se integrar ao fazer. Tudo o que é feito com atenção e carinho está no Zen. O verdadeiro viver é deixar-se fluir no mundo sem egoísmo, sendo um veículo da

Por que terapia natural?

Dentre tantos métodos terapêuticos, por que optar pelas terapias naturais? Por que simplesmente não ir ao médico e tomar um remédio? Um conceito comum de grande parte das pessoas é de que os remédios são a cura definitiva. De fato, os sintomas podem desaparecer, mas será que a doença é curada? Desde a antigüidade, os terapeutas e filósofos viam as doenças como decorrentes de uma desarmonia do ser humano como um todo: na parte física, mental e espiritual. Se apenas a doença aparente for eliminada, não significa que ela foi completamente resolvida. É como esconder a sujeira embaixo do tapete. Certamente, a doença aparecerá de outra forma, do mesmo modo que se um canal de água for fechado, a água escoará por outro. A natureza funciona assim: toda causa gera um efeito. Se guardamos angústias, alimentamos a raiva ou adotamos atitudes intolerantes, então não estamos bem por dentro; e o que está dentro vai para fora. Quanto mais fortalecemos os nossos desequilíbrios, mais graves são as conseq

Personalidades dos Cinco Elementos

Cada indivíduo apresenta traços pessoais que podem se relacionar a um ou a vários dos cinco elementos. As características predominantes de determinado elemento podem se expressar na personalidade constitucional ou, como tudo é cíclico, podem estar presentes em uma fase da vida. De acordo com o direcionamento que a pessoa dá a essas tendências, poderá manifestar com maior facilidade os padrões de desequilíbrio apresentados a seguir. Dentro de cada elemento, a pessoa pode ter características mais Yin (introvertidas) ou Yang (extrovertidas). • MADEIRA : em equilíbrio, a pessoa é criativa, tem boa visão e planejamento da vida, sendo guiada pela sua intuição. Tem boa percepção de até onde pode ir e tem facilidade em contornar os obstáculos com flexibilidade. Em desequilíbrio, ela pode ser muito irritada, ansiosa e impulsiva. Pode ao contrário, ser tímida e insegura. Madeira Yin : O indivíduo não tem uma visão clara de si mesmo e de seu potencial. Ele paira na incerteza e manifesta inseg